O governo federal lançou, no final de janeiro, sua nova política industrial. Batizado de “Nova Indústria Brasil”, o plano terá como principal objetivo brecar o processo de desindustrialização que o país enfrenta há décadas. Ao mesmo tempo, ele buscará modernizar as cadeias industriais, inclusive como vetor para a descarbonização da economia brasileira.
Entre as missões prioritárias do novo plano, está o fortalecimento da bioeconomia, descarbonização, transição e segurança energética. O plano também destaca objetivos de sustentabilidade nas cadeias agroindustriais e na infraestrutura urbana (saneamento, moradia e mobilidade).
A proposta define metas e diretrizes a serem cumpridas pelo governo federal até 2033. Os objetivos incluem o aumento da participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário para 50%; crescimento de 25% do adensamento produtivo na cadeia de transporte público sustentável; a redução de 30% das emissões de dióxido de carbono (CO2) por valor adicionado do PIB da indústria; a ampliação em 50% da participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes; e o aumento do uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano.
Instrumentos para a implementação
O plano também estabelece instrumentos para sua implementação, como incentivos fiscais, subsídios, linhas de crédito e critérios de compras governamentais. Assim, a proposta posiciona o governo federal como um ator central na chamada neoindustrialização, em um contraste político com a gestão “liberal” do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Baseada em práticas internacionais, a nova política industrial representará melhora na vida das pessoas, aumento da competitividade e da produtividade, mais empregos, inovação e presença no mercado internacional”, destacou à Folha o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).