O agronegócio alcançou a participação de 26,6% no PIB brasileiro no último ano, mesmo diante de um cenário de pandemia. O setor lidera a produção e exportação de commodities agrícolas que incluem soja, açúcar, café, suco de laranja entre outras.
Em termos de sustentabilidade, entretanto, pesquisadores mostram que é preciso avançar; recentemente, a Cúpula do Clima rendeu críticas ao Brasil e a outros países por descumprimento das metas firmadas no Acordo de Paris, e os índices computados em danos à biodiversidade revelam que os riscos da devastação ambiental na agricultura são uma ameaça.
Segundo a Pesquisa Anual Global de CEOs 2021, da PwC, 47% dos líderes brasileiros do agronegócio acreditam que suas empresas precisam fazer mais para divulgar seu impacto ambiental. E um estudo realizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) com diferentes stakeholders do segmento, em 2020, aponta que ‘governança e gestão’ estão entre os principais gargalos do agronegócio no Brasil.
Os números reforçam que o crescimento e perenidade das empresas não estão fora do debate sobre iniciativas de responsabilidade ambiental, social e governança corporativa (ESG, na siga em inglês).
Em pesquisa realizada em 2020 pela PwC Brasil, quase metade dos stakeholders ouvidos afirmaram que ter acesso a informações sobre ESG é tão importante quanto o acesso às informações financeiras da empresa. Os índices apontam que questões ambientais, sociais e de governança emergiram nas tomadas de decisão sobre investimentos. Para 70% dos líderes brasileiros, haverá aumento de investimentos em ações de sustentabilidade e ESG nos próximos três anos.
Questões sociais
Para um setor estratégico como o agronegócio, as pesquisas revelam que é preciso aliar o foco empresarial a questões sociais – como iniciativas para o bem-estar de funcionários e fornecedores –, implementar boas práticas de governança – com diversidade do conselho e transparência – e adequar as ações em conformidade às regulações nacionais e internacionais, sob pena de ver, em escassez dos recursos naturais e em queda brusca da capacidade de produtividade e de receita, os impactos da perda da biodiversidade.
Em contrapartida, os relatórios mostram que as empresas do agronegócio que incorporam a agenda ESG, de forma integrada às ações, têm à frente vantagens competitivas e uma janela de oportunidades, já que, de acordo com projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a produção agrícola brasileira deve crescer mais de 20% até 2030.