A proteção e a restauração de ecossistemas marinhos, juntamente com uma economia oceânica sustentável, são estratégicas para que o mundo consiga reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e evitar uma crise climática catastrófica.
Segundo dados apresentados em um painel organizado pelo Painel de Alto Nível para uma Economia Oceânica Sustentável, ações climáticas baseadas no oceano podem contribuir em até 21% dos cortes anuais de emissões de GEE necessários para se limitar o aumento da temperatura média na Terra em 1,5ºC até 2100. Em termos absolutos, isso significa cerca de 11 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (GtCO2e).
O Observatório do Clima (OC) destacou essa informação, ressaltando que o processo de aquecimento do planeta pode prejudicar a capacidade dos oceanos colaborarem no esforço climático, já que eles sofrem mudanças químicas e físicas que estão afetando toda a biodiversidade marinha, em especial os recifes de corais. O evento também marcou o lançamento de um relatório especial que analisou o potencial da economia oceânica sustentável para gerar renda, inclusão social e proteção ambiental.
Orçamento insuficiente
Em tempo: a falta de financiamento está emperrando pesquisas científicas sobre oceanos e ecossistemas marinhos, alertou a Unesco em relatório divulgado nesta semana. De acordo com a análise, em média, os países dedicam apenas 1,7% de seus orçamentos de pesquisa às ciências oceânicas (sendo que o patamar dos países varia entre 0,03% e 11,8%), um montante risível quando comparado com outras áreas científicas.
Considerando a relevância dos oceanos na regulação do clima, essa lacuna é um obstáculo importante para os esforços contra o aquecimento do planeta. O Brasil está entre os países que diminuíram consideravelmente os recursos dedicados à pesquisa científica oceânica nos últimos anos.