WWF-Brasil promove turismo sustentável no sul do Amazonas

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Comunidade pode ter lucro com turismo sustentável / Foto:WWF Brasil/Jasylene Abreu

Os moradores da Barra de São Manoel, uma pequena comunidade ribeirinha do sul do Amazonas, foram bem sucedidos no primeiro passo para implementar um projeto de turismo sustentável no interior da floresta. A região que em breve pode se tornar um destino turístico na Amazônia fica entre os estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso, próxima ao  Parque Nacional do Juruena e o Mosaico do Apuí, áreas protegidas que possuem grande potencial turístico.

Na última semana, um grupo de empreendedores do turismo de São Paulo foi até a comunidade para ver de perto as atrações turísticas daquela região. Eles conheceram e aprovaram as trilhas, passeios e serviços e prometeram atrair turistas, gerando de renda para a comunidade.

Os visitantes foram acompanhados por técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Amazonas.

Proteção

A ideia é que, no futuro, uma parte do Parque Nacional do Juruena seja aberta à visitação pública, aliando uma vocação natural daquele território com a conservação da floresta e com a necessidade de geração de renda dos moradores da comunidade.

Quando o projeto estiver em pleno funcionamento, ele vai ajudar a proteger mais de 3 milhões de hectares de floresta amazônica, pouquíssimo explorada, mas ameaçada nas suas redondezas, por garimpo, grilagem e desmatamento ilegal.

Momentos culturais

Durante a visita da semana passada, os operadores de turismo viram importantes atrativos naturais como a cachoeira do Roncador, o Morro de São Benedito e os rios Tapajós, Juruena, Teles-Pires e Bararati. Também conheceram a produção de farinha, o artesanato local e áreas de extrativismo de castanha.

“Temos experiência com turismo de pesca, mas com turismo da base comunitária foi a primeira vez. Ficamos o tempo inteiro com os turistas e nos sentimos protagonistas, nos sentimos parte do processo. Desde que o pessoal chegou na pista de pouso, foi a gente que recebeu”, disse Luís Mendes, morador da comunidade.

Maria Teresa Meinberg , diretora de uma empresa que promove viagens para a Amazônia, teve uma boa impressão da Barra de São Manoel. “A comunidade é muito bonita e legítima. Eles nos deixaram bem à vontade, desde a acolhida que deram em nossa chegada, na pista de pouso. Essa hospitalidade deles parece muito natural”, afirmou.

Experiência

A turismóloga responsável por esse trabalho, Ana Gabriela Fontoura, contou que o objetivo da viagem foi levar os convidados a ‘experimentar’ o roteiro criado pela comunidade.

“Esse hóspedes são operadores do mercado do ecoturismo, formadores de opinião, pessoas que lidam com este assunto. Eles vieram para ajudar numa avaliação construtiva, indicar onde podemos melhorar e o que temos que fazer para começar a ‘vender’ esta região”, disse ela.

O WWF-Brasil, o ICMBio, a Sema do Amazonas e uma empresa paraense fomentam o turismo de base comunitária naquela área desde 2013.

Já foram realizados na Barra de São Manoel oficinas de planejamento de roteiro turístico, capacitações (em culinária, artesanato, empreendedorismo) e diversas reuniões para verificar como aproveitar o potencial turístico daquelas redondezas.

Para o analista de conservação do WWF-Brasil, Osvaldo Barassi Gajardo, o mais importante nesta iniciativa é abrir o Parque Nacional do Juruena a atividades recreativas, esportivas, turísticas, histórico-culturais e cientificas.

“Todas as nossas ações tem esse objetivo. Queremos promover o uso público do parque e beneficiar os comunitários da Barra de São Manoel”, explicou.

Gestora do Parque Nacional do Juruena, Lourdes Iarema contou que abrir o parque para visitação é um dos objetivos daquela área protegida desde sua criação, em 2006.

“Uma iniciativa como essa une os objetivos da unidade de conservação com os objetivos dos comunitários locais. Queremos consolidar a implantação do uso público no Juruena de forma sustentável e planejada, conforme previsto no plano de manejo da unidade, de modo que possamos fortalecer esta demanda nos próximos anos”, disse a especialista.

Fonte: WWF Brasil

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