Os 13 graus Celsius negativos do termômetro fazem qualquer um se esquecer de que está à margem esquerda do Xingu. O rio vira gelo numa fábrica trazida de Seattle (EUA) — são, ao todo, três delas no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Flocos caem do teto por cinco metros até o chão. Removidos por um rodo automático, seguem por um duto e se juntam com cimento e cascalho provenientes de outra instalação industrial.
Fosse usado o rio em estado líquido na mistura, não se conseguiria concreto de tanta qualidade, duro o suficiente para conduzir o próprio Xingu entre paredes que vão desembocar em 24 turbinas. Domado, o rio vai produzirá até 11.233 megawatts (MW), em duas casas de força. Na principal, há 18 turbinas gigantes, que gerará 11.000MW. Na menor, a 20km dali, ao lado da barragem, serão mais 233MW.
Revezam-se em três turnos diários 25 mil operários — 30% são de Altamira, 24% de outros locais do Pará e 46% dos demais estados — com apenas uma parada, aos domingos. A meta é não perder mais um dia sequer.
Saiba mais: Correio Braziliense Online, 13/04/14
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