O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida atingiu em dezembro uma área de 10 milhões de km2, mais do que o dobro da média do período, segundo um estudo realizado pela Universidade de Santiago do Chile e do Instituto Antártico Chileno (Inach).
Os dados foram obtidos por uma missão científica que foi ao local e se juntam ao recorde estabelecido em outubro, quando o buraco chegou a 28 milhões de km2 – o quarto maior desde que os dados de satélite começaram a ser recolhidos, informou um comunicado de imprensa do Inach.
As medições de dezembro foram lideradas pelos cientistas Raúl Cordero e Alessandro Damiani, que viajaram até a Estação Científica Polar Conjunta Glaciar Unión, em território antártico chileno, a cerca de 1.000 km do polo sul.
Os recordes deste ano “estão provavelmente relacionados às baixas temperaturas da estratosfera registradas nesta temporada e não constituem necessariamente uma mudança de tendência”, explicou Cordero no comunicado de imprensa.
O esgotamento ou a destruição da camada de ozônio é mais claramente manifestada em altas latitudes, particularmente na Antártica durante a primavera austral.
Depois de restrições internacionais tomadas para a emissão de substâncias que destroem ozônio, os cientistas esperam uma recuperação da camada de ozônio em meados deste século.
O Protocolo de Montreal, assinado em 1987, estabeleceu a proibição progressiva dos clorofluorocarbonos (CFC), sustâncias que furam a camada de ozônio (barreira gasosa situada entre 20 e 50 quilômetros de altitude, que protege a Terra dos raios solares ultravioletas).
Fonte: AFP/Zero Hora