Ações para fim da caça ilegal de elefante leva PNUMA a nomear Angola como sede do Dia do Meio Ambiente

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Governo de Angola anunciaram nesta quinta-feira (10) a nomeação do país como sede para as celebrações do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 2016, comemorado todos os anos em 5 de junho. Um dos motivos que levaram à escolha de Angola foi o conjunto de ações tomadas pelo governo para conservar e incentivar a procriação da população de elefantes.

PNUMA dia do meio ambiente - Angola
Diretor executivo do PNUMA, Achim Steiner, com ministra do Meio Ambiente Angolana, Maria de Fátima Jardim / Foto: David Stanley CC

Para 2016, o tema abordado no Dia do Meio Ambiente será a luta contra o comércio ilegal de animais silvestres. Esta é uma questão de particular importância em Angola, onde a caça ilegal ameaça os esforços para incentivar o crescimento da população de elefantes dizimada por uma guerra civil de décadas, que começou em 1975 e terminou em 2002.

“A Angola tem o prazer de sediar Dia Mundial do Ambiente, que vai focar em um problema próximo aos nossos corações”, disse a ministra do Meio Ambiente angolana, Maria de Fátima Jardim. “O comércio ilegal de animais silvestres, especialmente o comércio de marfim e do chifre de rinoceronte, é um grande problema no nosso continente. Ao sediar este dia de celebração e sensibilização, pretendemos enviar uma mensagem clara de que tais práticas serão, em breve, erradicadas.”

Pouco se sabe sobre o que ainda resta da população de elefantes da Angola, que historicamente viveu no sudeste do país, também cruzando fronteiras com países vizinhos.

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Populações de elefantes africanos continuam a enfrentar uma ameaça imediata para a sua sobrevivência por causa da intensa caça pelo seu marfim, especialmente na África Central e Ocidental, onde a situação parece ter se deteriorado / Foto: CITES

O Grande Censo de Elefantes, primeiro levantamento aéreo das já conhecidas manadas, está em andamento em uma tentativa de construir uma imagem mais clara da população na Área de Conservação Transfronteiriça Kavango Zambezi (KAZA). As informações coletadas serão utilizadas no programa do governo de inventário de elefantes e para a conservação dos habitats selvagens na área e da província de Cuando-Cubango.

No início deste ano, a Angola também se comprometeu a revisar o Código Penal a fim de criar punições mais severas para os caçadores ilegais, como parte dos esforços para reverter o dano causado às populações de vida selvagem.

O diretor executivo do PNUMA, Achim Steiner, afirmou que em 2015 houve passos significativos no combate ao comércio ilegal de animais silvestres, incluindo a primeira resolução das Nações Unidas sobre o tráfico de animais selvagens, que apelou para que o assunto seja tratado como um crime grave, tanto a nível nacional como além das fronteiras.

“O Dia Mundial do Meio Ambiente 2016 vai destacar esses esforços em um país que se comprometeu a eliminar essa prática. O PNUMA aguarda com expectativa a parceria com a Angola para aumentar a conscientização sobre o problema e acelerar a ação que vai proteger espécies, ecossistemas e meios de vida da extinção”, concluiu.

Fonte: ONU Brasil

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