Entre os anos de 2003 a 2013, a média anual de desastres naturais praticamente dobrou comparado com a década de 80, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Desastres naturais têm aumentado em frequência e intensidade durante as últimas três décadas, ampliando os danos causados nos setores agrícolas de muitos países em desenvolvimento e intensificando a ameaça de insegurança alimentar. O alerta foi dado pelo relatório publicado nesta quinta-feira (26) pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
“Apenas neste ano, pequenos fazendeiros, pescadores, pecuaristas e silvicultores – de Mianmar até a Guatemala e de Vanuatu a Malauí – têm visto seus meios subsistências serem desgastados ou apagados por ciclones, secas, inundações e terremotos”, afirmou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.
O estudo aponta que entre os anos de 2003 a 2013, a média anual de desastres naturais, incluindo eventos relacionados ao clima, quase dobraram em comparação à década de 1980. O prejuízo econômico causado no período chega a cerca de 1,5 trilhões de dólares.
O relatório demonstra que desastres naturais têm forte impacto na agricultura e freiam a erradicação da fome, da pobreza e o alcance do desenvolvimento sustentável. O relatório é baseado em 78 análises de avaliações pós-desastres em países em desenvolvimento. O estudo conta com, por exemplo, dados de perda de produção e mudanças do fluxo de comércio provocadas por 140 desastres de média e grande escala, afetando ao menos 250 mil pessoas.
Graziano da Silva pediu por estratégias nacionais para reduzir os riscos das mudanças climáticas e mostrou expectativas em relação à Conferência do Clima em Paris (COP21). No entanto, destacou que para obter políticas mais eficientes, é preciso criar um sistema de coleta de dados e monitoramento mais abrangente, capaz de mensurar os danos e perdas relacionados aos desastres naturais.
Fonte: ONU Brasil