Pesquisa inédita da CNI feita com 100 executivos mostra que empresários aumentaram a atenção com os efeitos das mudanças climáticas. Para 59%, investir em sustentabilidade produz oportunidades de negócios.
Dois terços das empresas brasileiras já adotaram, em algum momento, ações que efetivamente resultaram na queda das emissões de dióxido de carbono (CO2). É o que mostra pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 100 empresas de médio e grande porte, divulgada durante o CNI Sustentabilidade, realizado dia 3 de setembro, no Rio de Janeiro. O estudo foi apresentado no Rio de Janeiro pela diretora de relações institucionais da CNI, Monica Messenberg, durante o CNI Sustentabilidade. O evento é realizado todos os anos para debater com a sociedade ações e propostas da indústria para o meio ambiente.
“A CNI apresentou propostas ao governo federal e promove o CNI Sustentabilidade para debater com especialistas de todo o mundo as mudanças climáticas e as expectativas para a COP-21, que será no fim do ano, em Paris”, destaca Mônica. “No cenário de mudanças climáticas, há espaço para soluções e novas tecnologias. Temos que criar uma economia mais resiliente, reduzindo e gerenciando os riscos”, acrescenta.
A pesquisa revela que 61% dos empresários levam em consideração nos negócios o impacto das mudanças climáticas. Na avaliação de seis em cada grupo de 10 entrevistados, o grau de atenção que a indústria brasileira dá aos efeitos das mudanças climáticas é médio ou alto – 36% consideram baixo ou muito baixo. Segundo o levantamento, 75% das empresas brasileiras aumentaram a atenção em relação aos efeitos das mudanças climáticas nos últimos cinco anos, em razão principalmente da maior conscientização (46,7%), da pressão global (18,7%) e de as informações sobre o tema estarem mais disseminadas (17,3%).
OPORTUNIDADE – Seis em cada 10 empresas avaliam como oportunidade de negócios a implantação de práticas ambientalmente sustentáveis. Na avaliação de 59% dos executivos, a oportunidade gerada pelo investimento é maior que o aumento de custos. Os números apontam também que três quartos das empresas – 74% – consideram que práticas de sustentabilidade impactam positivamente na competitividade das empresas.
Nos últimos dois anos, 61% das médias e grandes empresas ampliaram investimentos na área ambiental. A perspectiva para o próximo biênio é de aumento no volume de recursos destinados para o setor. Seis em cada grupo de 10 entrevistados asseguraram que a tendência em suas empresas é de aumentar ou aumentar muito os investimentos em sustentabilidade.
De acordo com 66% dos entrevistados, o grau de engajamento de suas empresas em ações e práticas de sustentabilidade ambiental é alto ou muito alto. As vantagens de desenvolver projetos nesta área são para a reputação/imagem da empresa, melhora de inserção no mercado e sustentabilidade dos negócios. Entre os principais desafios apontados para o investimento em práticas sustentáveis, a falta de incentivos governamentais aparece em primeiro lugar, com 56%. Na sequência, estão o aumento de custos da empresa (39%) e a legislação inadequada no Brasil (25%).
A pesquisa foi feita entre os dias 11 de junho e 6 de julho, com representantes – em sua maioria diretores e gerentes de Meio Ambiente – de 15 setores industriais: automotivo; cal; cimento; construção civil; mineração; papel e celulose; petróleo e gás; químico; têxtil; vidro; alumínio; carvão; energia; siderurgia; e sucroalcooleiro.
PROPOSTAS DA CNI PARA O GOVERNO BRASILEIRO – Em junho, a indústria apresentou propostas para acordo do clima na COP-21. Clique para acessar o documento.
Fonte: Agência de Notícias CNI